terça-feira, 3 de novembro de 2009

Alto da Compadecida(comentada)

O Auto da Compadecida é uma reunião de três peças anônimas : O enterro do cachorro, O cavalo que defecava e O castigo da soberba. A peça divide-se em quatro atos que se relacionam e foi publicada em 1955.
O título: Auto, significa teatro, gênero dramático, aproximando-se do teatro espanhol medieval do século XVII, com personagens alegóricos. Compadecida é aquela que tem pena, compaixão diante da dor alheia. É uma referência à Nossa Senhora. Era comum apresentar nas peças os milagres de Nossa Senhora.
A história é contada em prosa. O cenário é o sertão da Paraíba, na cidade de Taperoá, contando as histórias e casos populares nordestinos. Com muito humor, o autor fala da miséria humana, da mesquinharia das pessoas, do racismo e da luta pelo poder. Revela os costumes regionais, o caráter religioso e católico dos cristãos e a amizade entre João Grilo e Chico.
São dezesseis personagens, sendo João Grilo o personagem principal. A história acontece em um picadeiro de circo.O apresentador é um palhaço, o próprio autor. Ele lembra as peças medievais e seu principal papel é criticar a sociedade. João Grilo é o herói sem caráter, símbolo da malandragem. Pode ser comparado a Macunaíma, personagem de Mário de Andrade e a Leonardo, do livro Memórias de um sargento de milícias.
A linguagem é simples. Não é apenas coloquial, mistura o vocabulário nordestino pois é o Nordeste e sua gente que Ariano quer retratar. Ariano Suassuna ficou mais famoso na sua terra ao criar o Armorial, um movimento cultural nordestino com o objetivo de promover os autores famosos do modernismo. Hoje o Brasil reverencia esse paraibano, orgulho nacional, que tão bem caracterizou o Nordeste, seu sertão e a luta do seu povo.

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